Regresso a Seul conta a história de Freddie, uma jovem de 25 anos, que regressa por impulso e pela primeira vez à Coreia do Sul, onde nasceu, em busca das suas origens. Neste país que lhe é estranho, Freddie procura reinventar-se e reconstruir-se, seguindo novos e inesperados rumos.
Inspirado na história de uma amiga, o realizador franco-cambojano Davy Chou apresenta com grande sensibilidade um retrato da juventude de hoje, desmistificando os preconceitos sobre adopção internacional. No centro deste drama vibrante, está a actriz não-profisionnal franco-coreana Park Ji-min que dá corpo à magnética Freddie e que também participou na escrita do argumento.
Sobre a escolha da protagonista, o realizador Davy Chou comenta que “a Park Ji-min é uma artista plástica com um trabalho fascinante, que nasceu na Coreia do Sul e foi para França aos oito anos. Tornou-se óbvio que eu queria para o filme alguém com uma ligação à Coreia do Sul, não apenas uma actriz asiática… Quando conheci a Park Ji-Min, que não é adoptada, foi como uma clarividência. Eu já tinha trabalhado três anos no argumento e com ela, que não era uma actriz profissional, vi-me, de repente, diante da sua experiência de mulher racializada crescida em França. Durante a preparação, ela empurrou-me para lá dos meus limites, com perguntas e até com críticas ao argumento. Embora ela nunca tivesse representado, conseguiu atingir de forma intuitiva e impressionante zonas emocionais muito extremas – entre a ultraviolência e a ultravulnerabilidade – exigidas pela personagem de Freddie. ”
Apresentado no Festival de Cannes, na secção Un Certain Regard, Regresso a Seul também representou o Camboja na corrida ao Óscar de Melhor Filme Internacional.